No mundo perdido, as pessoas conseguem andar em amor, contudo não é o amor que provém de Deus, pois o mundo jaz no maligno e não conhece a Deus, e já vimos que só quem ama com o amor de Deus é quem é nascido d'Ele e O conhece (1 João 4:7).
Desta forma, quando nos convertemos a Cristo, nosso conceito de amor estava distorcido, sendo necessário renovarmos a nossa mente com a Palavra a fim de compreendermos o que é o verdadeiro amor, o amor que provém de nosso Criador.
Nesta lição, continuaremos a estudar e conhecer o amor de Deus em três aspectos de extrema importância: o primeiro é que o amor sempre diz a verdade, o segundo é que o amor corrige, e o último é que o amor perdoa as ofensas que lhe são feitas. Estas características são imprescindíveis para que possamos andar neste amor de Deus.
O Amor Folga com a Verdade
Quando eu era pequeno, minha mãe me dizia que eu precisava enxugar muito bem o cabelo porque era assim que "os ricos faziam". Como qualquer criança, eu queria ser rico, já que havia nascido em uma família relativamente pobre. Assim, eu procurava sempre enxugar muito bem os cabelos, já me preparando para ser rico no futuro!
Posteriormente, descobri que os ricos não se preocupavam em enxugar os cabelos de forma tão vigorosa, e estas mentiras que são contadas pelos pais aos filhos trazem muitas consequências negativas, sendo que a principal é fazer com o que o filho deixe de confiar nas palavras de seus pais.
Muitos pais inventam histórias e mentiras para fazer com que seus filhos obedeçam às suas palavras, tomem banho, se alimentem corretamente, estudem, etc. Se perguntarmos a eles o motivo disto, alguns talvez citem o "amor que eles têm pelos filhos" como elemento motivador dessa prática. Mas será que Deus é assim? Será que o amor de Deus mente para levar os Seus filhos a obedecerem aos Seus mandamentos?
Vamos continuar com nosso estudo baseado no grande capítulo do amor da Bíblia que, em seu sexto verso, afirma o seguinte sobre o amor:
"Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;" (1 Coríntios 13:6)O verbo "folgar" aqui significa, originalmente, se alegrar ou se regozijar (grego: chaíro), ou seja, o amor de Deus se alegra quando a verdade está presente na vida de alguém. Além disso, Jesus afirmou que o diabo é que é o pai da mentira (João 8:44), e nenhuma mentira procede de Deus. Deus não é apenas amor, mas Ele também é a própria Verdade:
"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (João 14:6)
Mentira é injustiça
Dentro do contexto do versículo de 1 Coríntios 13:6, vemos que a injustiça é contrastada com a verdade. Isto nos mostra que, quando mentimos, estamos andando em injustiça (falta de retidão), e não haverá bons frutos a serem colhidos, por mais que tentemos justificar a mentira como tendo sido motivada por "amor". Este não será o amor de Deus, mas o amor humano, carnal e egoísta.
Quando estávamos pastoreando, tivemos que lidar com mentiras de irmãos diversas vezes, e posso garantir a você que nunca vi nenhum fruto bom advindo dessas mentiras. Por mais que advertíssemos os irmãos acerca da prática da mentira, era comum que acontecessem. Após algum tempo, podíamos ver a colheita na vida do irmão ou irmã, e lá íamos nós gastar tempo de oração e aconselhamento, revisando tudo o que já havíamos dito antes.
Os ázimos
Pão ázimo (pão de frigideira). Fonte: www.daltonrangel.com.br/pao-azimo-pao-de-frigideira |
Um ázimo (ou "pão ázimo") é um tipo de pão mais duro, e portanto mais difícil de comer, porque é feito sem fermento. O fermento faz com que a massa inche, aumentando de volume com os vazios do ar. Obviamente, não é pecado comer um pão feito com massa levedada, contudo, esta característica do pão "inchado" é usada na Bíblia como uma figura que representa o pecado, em especial, a mentira.
Um pão ázimo mostra o volume real da massa utilizada na sua fabricação, enquanto quê, com um pão normal, não dá pra saber se aquele volume representa a verdadeira quantidade de massa usada ou se é mais o "inchaço" provocado pelo fermento mesmo. Não sei se você já passou por isso, mas já comprei pães (principalmente os de massa salgada) que, quando eu abri para passar manteiga, o pão virou uma folha de papel! Dava pra ver claramente que foi usada tão pouca massa que o recheio do pão era de ar atmosférico.
Quando os homens mentem, eles estão se comportando como um pão feito de massa levedada, onde a maior parte do recheio é vazio. Por isso que a Bíblia nos orienta a agirmos como um pão ázimo, falando aquilo que realmente é, sem o uso de meias verdades ou subterfúgios a fim de passarmos para os outros algo que não é a verdade.
"Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade." (1 Coríntios 5:8)
O Amor Corrige e Repreende
Uma outra grande mentira contada por satanás ao homem, e assimilada pelo mundo, é que o amor não corrige nem repreende. Nos dias atuais aqui no Brasil e em muitas partes do mundo, diversas leis tem sido criadas para liberar os homens para cometerem toda sorte de maldades e perversões sem que haja nenhum tipo de punição.
As leis brasileiras refletem esta nova ideia de que deve-se evitar a punição a todo custo. Um grande exemplo disto é a quase total impunidade de alguém com menos de 18 anos. Ao mesmo tempo que pode votar, pode também matar alguém e terá a proteção do Estado para que não seja maltratado.
Será que isto é amor? O amor de Deus corrige, repreende ou pune?
Vamos começar do início. Deus deu aos pais a capacidade e autoridade para disciplinar os seus filhos. Esta atitude é necessária para que o pecado não domine o coração da criança (Provérbios 22:15). Quando os pais não corrigem e punem seus filhos, eles estariam andando em amor? Vejamos o que a Verdade da Palavra de Deus nos ensina:
"O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga." (Provérbios 13:24)Temos visto o surgimento de toda uma geração de homens fracos, sem atitude e sem disciplina, mais amantes dos prazeres do que de Deus, e que são, acima de tudo, irresponsáveis e sem habilidade para conduzir uma família, ou seja, não sabem ser bons maridos nem bons pais.
Uma das razões desta lástima é porque não foram corretamente instruídos e disciplinados por seus pais "desde cedo". Desta forma, vivem em torno de seus próprios umbigos, buscando sempre satisfazer seus próprios prazeres. Se você quiser ver quais as características dos homens nos últimos tempos, basta ler 2 Timóteo 3:1-7.
Como entrei neste assunto, gostaria só de deixar claro que toda correção e disciplina precisa ser feita em amor, e não para destruir seu filho. Obviamente, não estamos falando de violência contra os filhos, mas de um castigo que tem por objetivo livrar seu filho da perdição e forjar nele um caráter de integridade, honestidade e responsabilidade.
"Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá." (Provérbios 23:13)
O amor pune o pecado
No Velho Testamento, quando ainda não existia o novo nascimento, muitos pecados eram punidos com a morte. Muitas pessoas criticam estas passagem por acharem ser elas extremamente duras e parecerem contrárias ao amor pregado por nós, cristãos. No entanto, este entendimento está errado.
O pecado é algo maligno que, uma vez adotado como estilo de vida, irá produzir terríveis frutos de impiedade e destruição na vida e na descendência dos que o praticam. Assassinatos, roubos, adultérios, miséria, doenças, dentre outras consequências, atingirão à sociedade pecadora, e ainda levarão os homens à perdição eterna após a morte.
Antes do Novo Testamento, a única forma de barrar o pecado era através do temor. A Lei de Moisés foi dada para preparar o caminho para que o Filho de Deus pudesse vir à Terra e nos salvar. Era necessário separar um povo santo, e a única forma de coibir a prática do pecado era a punição severa. Muitos dos pecados eram punidos com a morte, e mesmo pecados, digamos, "mais leves" tinham consequências nos bens da pessoa: ela teria que sacrificar seu gado para que ela mesma não sofresse.
Esta foi uma atitude de amor da parte de Deus, e não de maldade. O mundo jamais entenderá tal coisa porque possui a mente obscurecida exatamente pelo pecado, e a pessoa só consegue enxergar isso quando se converte a Cristo e começa a entender o Reino de Deus.
O pecado lança os homens nas trevas eternas de separação de Deus. A morte física não é o final de todas as coisas. Deus, em Seu amor, forçou a santidade no povo de Israel a fim de que pudesse enviar Seu Filho ao mundo para nos salvar do fogo eterno. A falta de punição sobre o pecado é que seria uma falta de amor da parte de Deus, e não o contrário.
"E os juízes inquirirão bem; e eis que, sendo a testemunha falsa, que testificou falsamente contra seu irmão,Observem o motivo pelo qual o pecado era punido com rigor: para que as outras pessoas tivessem temor e não o praticassem. Graças a Deus que hoje, na Nova Aliança, podemos desfrutar de uma mudança real dentro de nosso coração, o que nos permite seguir a Palavra de Deus não mais pelo medo, mas pelo novo nascimento e pelo conhecimento de Seu amor por nós. Contudo, a Lei ainda deveria ser aplicada aos pecadores, para que houvesse respeito, na sociedade, aos valores da Palavra de Deus (1 Timóteo 1:8).
Far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e assim tirarás o mal do meio de ti.
Para que os que ficarem o ouçam e temam, e nunca mais tornem a fazer tal mal no meio de ti." (Deuteronômio 19:18-21)
O Amor Perdoa
O último aspecto que eu quero falar aqui é sobre esta grande característica do amor: o desejo e a capacidade de perdoar. Acabamos de ver que o amor corrige, repreende e pune, assim, parece ser contraditória a afirmação de que o amor perdoa o mal feito.
De fato, o amor de Deus por nós é enorme e Ele deseja sempre nos perdoar. Ao mesmo tempo, o amor disciplina, corrige e pune o pecado, não porque Deus ama fazer isso, mas porque Ele é justo e juiz de todo universo.
Tudo o que Deus faz é motivado por Seu amor por nós, mas há algo que Deus não pode fazer: Ele não pode nos manipular como a marionetes. Deus não criou robôs pré programados para obedecê-lo, mas criou seres com domínio sobre o planeta (Gênesis 1:26-28). Uma vez que Deus deu ao homem tal domínio, Ele mesmo não irá contra a Sua Palavra retirando-o (o domínio). Assim, é necessário que decidamos obedecê-lo de nossa própria vontade.
Ao enviar Jesus Cristo ao mundo, Deus nos deu a possibilidade de recomeçarmos a nossa vida, não mais servindo ao pecado.
Ele mesmo pagou o preço pelo nosso pecado e nos perdoou. Veja que Deus não deixou de punir o pecado: Jesus assumiu nossos pecados. Agora, em Cristo Jesus, somos perdoados por completo de todas as nossas maldades.
Assim, o amor de Deus se cumpre em Cristo de forma plena: o pecado é punido e podemos ser perdoados de forma gratuita, sem que Deus se contradiga.
Agora, nós também precisamos andar neste mesmo amor perdoador. Assim como Deus nos perdoou em Cristo de forma gratuita, precisamos perdoar àqueles que nos fazem mal, afinal, devemos ser "imitadores de Cristo, como filhos amados" (Efésios 5:1).
Se não agirmos desta forma, e retivermos o perdão àqueles que nos machucaram, a mesma regra valerá para nós, ou seja, Deus também não nos perdoará:
Concluímos, com esta lição, um estudo sobre o amor, primeira característica do fruto do espírito de Gálatas 5:22. Lembrando que não temos condições de andar em amor de nós mesmos (do nosso "eu natural"). Este amor vem de Deus e precisamos deixar ele fluir em nós através do conhecimento de como é este amor. Tal conhecimento deve gerar em nós atitudes de amor.
Que a paz do Senhor Jesus, nosso eterno Rei, seja com a sua vida, amém.
Pr. Wendell Costa
Assim, o amor de Deus se cumpre em Cristo de forma plena: o pecado é punido e podemos ser perdoados de forma gratuita, sem que Deus se contradiga.
Agora, nós também precisamos andar neste mesmo amor perdoador. Assim como Deus nos perdoou em Cristo de forma gratuita, precisamos perdoar àqueles que nos fazem mal, afinal, devemos ser "imitadores de Cristo, como filhos amados" (Efésios 5:1).
Se não agirmos desta forma, e retivermos o perdão àqueles que nos machucaram, a mesma regra valerá para nós, ou seja, Deus também não nos perdoará:
"Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas." (Mateus 6:15)
Conclusão
Concluímos, com esta lição, um estudo sobre o amor, primeira característica do fruto do espírito de Gálatas 5:22. Lembrando que não temos condições de andar em amor de nós mesmos (do nosso "eu natural"). Este amor vem de Deus e precisamos deixar ele fluir em nós através do conhecimento de como é este amor. Tal conhecimento deve gerar em nós atitudes de amor.
Que a paz do Senhor Jesus, nosso eterno Rei, seja com a sua vida, amém.
Pr. Wendell Costa
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