domingo, 9 de junho de 2019

No Secreto com o Pai


"E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente."
(Mateus 6:5-6)
Existem excelentes oradores que sabem usar muito bem as palavras e provocam uma impressão forte nas pessoas. Claro que não é errado orar em público, contudo, Jesus mostrou que a oração que Deus presta mais atenção não é aquela feita perante o público, mas a que é feita no privado, quando você estiver a sós com o Pai.

É comum as pessoas falarem sobre eu e minha esposa de forma positiva, elogiando a nós como casal, por nos verem juntos, ministrando, ou em outras ocasiões. Mas será que a vida pública de uma pessoa revela realmente como está o relacionamento íntimo do casal? Já vi muitos casais famosos que, diante das câmeras, ou perante a sociedade, pareciam estar super bem, mas, de repente, se separam.

Isso ocorre porque, na vida pública, nós apresentamos uma imagem meio que "maquiada" de nós mesmos, enquanto que no privado, somos quem realmente somos de fato (sem maquiagem).

É muito interessante quando Jesus fala que o Pai "está em secreto", ou seja, um relacionamento muito íntimo e pessoal não é algo público, mas secreto! Deus deseja esse tipo de relacionamento conosco: algo edificado na nossa vida privada. Assim, quando estivermos em público, orando, pregando ou fazendo qualquer outra coisa, poderemos ser verdadeiros no que diz respeito à nossa vida de oração. Não sendo necessário "simular" uma intimidade com Deus que não temos.

Se lembrarmos, ainda, de nossos momentos maravilhosos de amor com nossos cônjuges, feitos no secreto dos nossos quartos, compreenderemos o que Jesus quis dizer nos versos acima: um relacionamento íntimo, constante e prazeroso é desenvolvido "no secreto" e não de forma pública.

Jesus chama a atenção para o fato de que o Pai deseja orações que sejam fruto desse tipo de relacionamento - íntimo - com o Pai e não meros rituais religiosos. E isto só é conseguido através da nossa dedicação em nosso momento devocional diário, no "secreto" de nosso aposento, onde podemos construir essa intimidade.

O resultado desse tipo de relacionamento com Deus é mostrado por Cristo, quando diz que seremos recompensados "publicamente". A "honra" (reconhecimento público) é algo que vem quando adquirimos a sabedoria de Deus, a qual Ele ministra àqueles que O conhecem de forma mais íntima, assim com a Escritura nos revela em Provérbios 3:17:
"Vida longa de dias está na sua mão direita; e na esquerda, riquezas e honra." (Provérbios 3:16)
Enquanto que os que buscam a glória dos homens perderão a glória que vem de Deus!

Desenvolva uma vida de comunhão e intimidade com seu Pai Celestial, no seu "lugar secreto" de oração, adoração e meditação e deixe com Deus todo o restante. Deus sabe cuidar muito bem dos Seus filhos.

Que a graça do Senhor Jesus Cristo seja com você. Amém.

Pr. Wendell Costa

domingo, 20 de janeiro de 2019

O Espinho na Carne do Apóstolo Paulo - Parte 3


A falta de entendimento sobre o espinho na carne do apóstolo Paulo acabou se tornando uma brecha, na igreja, que traz incredulidade, principalmente no que diz respeito à cura divina. Creio que este entendimento foi superado nos textos anteriores, onde mostrei que o espinho era um demônio e que não foi enviado por Deus.

Além disso, procurei mostrar que não poderia ser uma doença, pois a Nova Aliança contém promessas claras sobre o fato de Deus já nos ter abençoado com cura e autoridade sobre demônios, de sorte que não existe a possibilidade de Deus "abrir exceção" e negar tais promessas. Caso ainda haja dúvidas em sua alma sobre tal verdade, recomendo o estudo da minha série de vídeos sobre cura divina, conforme citado no texto anterior.

Neste texto, explicarei a você porque Deus não pôde (isso mesmo, não "pôde") remover o espinho na carne de Paulo e quais as implicações disso para nós.

As perseguições por amor a Cristo


Entrarei em um assunto que também é vasto, assim como o assunto da cura, portanto, caso ainda restem dúvidas em seu coração, sugiro que você acompanhe a série de estudos (link para o primeiro texto e link para o primeiro vídeo da série) da nossa irmã Bruna Monastirski, acerca do sofrimento humano. Ela aborda esta temática de maneira mais profunda, sendo que, neste texto, darei apenas algumas pinceladas no assunto.


No texto passado, vimos que o espinho na carne remonta a pessoas através da quais o povo de Deus é perseguido. Isto acontecia no Velho Testamento e acontece no Novo. Pessoas são usadas pelo inimigo como instrumentos do mal a fim de nos bater, assim como foi com Paulo.

Jesus advertiu que aqueles que O perseguiram também perseguiriam os discípulos que viriam depois. O Senhor usou a seguinte lógica:
"Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa." (João 15:20)
O lado positivo desta verdade é que aqueles que, potencialmente, dariam ouvidos a Jesus também poderão nos dar ouvidos no que diz respeito à Palavra de Deus, ou seja, é uma moeda de dois lados.

Ora, voltemos a falar sobre as perseguições por amor a Cristo. Tal perseguição não tem origem natural, mas sobrenatural; o "deus deste século" cegou os homens descrentes de uma forma que eles não compreendem o que estão fazendo. Jesus chega a dizer, alguns versos depois, que o diabo levaria os homens "religiosos" a perseguirem o povo de Deus a ponto de lhe matar, mas crendo estar operando um serviço divino:
"Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus." (João 16:2)
Se conectarmos este verso acima com outros versos do evangelho de João, poderemos observar qual a origem dos desejos homicidas que enchem os corações dos perseguidores do evangelho:
"Mas agora procurais matar-me...
Vós [os judeus religiosos] fazeis as obras de vosso pai...
Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira."
(João 8:40,41,44)
Agora fica claro que o diabo impulsionava o desejo homicida naqueles que perseguiam o apóstolo Paulo, quando buscavam matá-lo. Isto aconteceu com nosso Mestre Jesus, aconteceu com Paulo e acontecerá com todo aquele que procurar servir a Deus. O nível de perseguição poderá ser maior ou menor, mas sempre existirá.

Nossa atitude diante da perseguição


Naturalmente, ninguém gosta de ser perseguido, pois a perseguição infligida pelo inimigo pode se manifestar de muitas formas cruéis. Pode começar com ataques verbais, tais como acusações, injúrias, mentiras, etc.; ou desbancar para coisas como prisões, tortura e morte. O nível de perseguição depende da medida de espaço que satanás consegue na sociedade respectiva: suas leis e sua cultura.

De fato, podemos entender, pela Bíblia, que, ao perseguir a Igreja, Jesus também se sente perseguido. Veja o que o próprio Cristo falou para Paulo, quando da ocasião do encontro na estrada de Damasco:
"E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. (...)"
(Atos 9:4-5)
Ao perseguir ferozmente os cristãos, Paulo, na verdade, estava perseguindo ao próprio Jesus. A Igreja é o Corpo de Cristo na Terra, conforme atestam as Escrituras (1 Coríntios 12:12; Efésios 1:23; Colossenses 1:18), e persegui-la é a mesma coisa que perseguir Jesus, a cabeça deste corpo. Afinal, ninguém pode afirmar que "o seu corpo é perseguido, mas a cabeça é deixada em paz".

De qualquer forma, o próprio Jesus deixou as orientações necessárias para que pudéssemos passar pela perseguição e, ainda, aproveitá-la para crescimento. Vejamos o que o Mestre falou:
"Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós."
(Mateus 5:11-12)
Não há como você se alegrar em meio ao sofrimento se não tiver um alvo bem definido. Já ouvi relatos de pessoas que passaram anos estudando para entrar em algum concurso público de alto salário. São histórias semelhantes: abnegação, perseverança, foco, dentre outras palavras, são usadas para descrever esses momentos de esforço. Contudo, ao vencer a difícil etapa de passar no concurso, vem a recompensa na forma de um bom emprego, com estabilidade e segurança. Os poucos meses (ou anos) de estudo se transformarão em décadas de recompensa, tanto para si como para a família do felizardo concurseiro.

Quando se tem a promessa de uma boa recompensa, tem-se um fator que servirá de combustível para que encaremos os sofrimentos com um ânimo correspondente. Jesus não promete uma vida sem sofrimentos ou perseguições, mas Ele prometeu que seremos abençoados e felizes se nós formos perseguidos por amor a Ele, desde que tenhamos a atitude correta de olhar para o alvo, para a recompensa que nos está prometida.

O próprio apóstolo Paulo, ao escrever aos romanos, demonstra que possuía um alvo eterno que o motivava a avançar frente às adversidades:
"Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada." (Romanos 8:18)

Sim, haverá perseguições por causa da Palavra, contudo o Mestre nos ensina que haverá um maior galardão e, quando Deus assim promete, podemos confiar que será uma grandíssima recompensa.

Paulo "entende o recado"


Quando o Senhor falou para Paulo "a minha graça te basta", Ele não estava dizendo um "não", mas estava redirecionando o coração do apóstolo para que este pudesse ter seu foco na recompensa que estava diante dele, e não nos sofrimentos causados pela pesada perseguição sofrida.

Vamos examinar o texto que estamos estudando aqui:
"Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.
E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.
Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte."
(2 Coríntios 12:8-10)
Afligido pela perseguição, Paulo ora ao Senhor para que este impeça o demônio de agir, através dos homens, a fim de esbofeteá-lo. O Senhor responde no sentido de que a graça seria suficiente para sustentá-lo.

Explico que graça se refere a tudo o que Cristo proveu na Cruz para nós: proteção, cura, provisão, vida eterna. Ao longo da história da vida deste grande homem, vemos que Deus protegeu Paulo da morte diversas vezes, inclusive de uma morte por apedrejamento (Atos 14:19), outra vez, da morte através da mordida de uma víbora (Atos 28:3-6), dentre outros livramentos. Além disso, Deus o supriu, o fortaleceu e o conduziu ao longo de décadas de perseguição e privação: a graça de Deus foi suficiente para Paulo.

Ao final de sua vida terrena, Paulo diz: "combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé" (2 Timóteo 4:7) e se prepara para receber a sua "coroa" (verso 8), não uma recompensa terrena e temporária, mas uma recompensa eterna.



Por que Deus não remove a perseguição?


Esta é uma pergunta natural, principalmente para um novo na fé, embora muitos "velhos convertidos" não saibam respondê-la. Após este pequeno estudo, a pergunta, na verdade, deveria ser esta: Será que Deus pode impedir satanás de agir através de pessoas?

Tentarei respondê-la em poucas palavras, já que é uma questão que envolve um análise mais aprofundada.

Quando Deus criou Adão, não havia o pecado no homem. Sem pecado, satanás não poderia agir na humanidade. Quando satanás tentou Eva, ele a tentou para "comer da árvore do conhecimento do bem e do mal" (Gênesis 3:1-6). Ora, Deus havia dito a Adão que se este comesse de tal árvore, ele morreria. Quando Adão comeu, aparentemente, não morreu, porque Deus falava de morte espiritual, embora a morte física haja acompanhado à espiritual posteriormente.

Quando Adão e Eva, voluntariamente, pecaram e comeram da árvore de conhecimento, eles abriram a porta para que satanás habitasse na Terra e pudesse influenciar o homem com conhecimento, desta vez, um conhecimento "misturado" (bem com mal). À medida que o homem se aprofundava no conhecimento maligno, satanás obtinha mais e mais acesso para manipular os seres humanos e estabelecer seu império de morte sobre a Terra. Algumas gerações após o pecado, simplesmente todo pensamento humano se tornou maligno (Gênesis 6:5), então Deus anuncia o dilúvio e prepara a salvação da humanidade através da Arca de Noé.

Basicamente, Deus não impede que um ser humano cometa pecado e dê lugar a satanás. Se Deus manipulasse assim a vontade humana, Ele teria criado apenas robôs, e não teríamos a capacidade de amar, pois o amor verdadeiro sempre será uma escolha. Como fomos criados "à imagem e semelhança de Deus", nos foi dada a capacidade de escolher entre amar ou não amar. Além disso, Deus entregou ao homem o domínio sobre a Terra (Gênesis 1:26-28) e, assim fazendo, Ele faz com que nós tenhamos que escolher escolher nosso caminho.

O Juízo de Deus


Deus estabeleceu que irá julgar o mundo e todas as obras dos homens (João 12:48; Atos 17:31; Romanos 2:16, dentre outros), mas tal dia ainda não chegou. Assim sendo, se Deus realmente fosse impedir satanás de operar através dos homens, Ele teria que executar o juízo final agora mesmo. Ocorre que ainda há tempo para arrependimento e salvação para a humanidade, embora este tempo esteja se esgotando.

Podemos, contudo, confiar no Senhor, sabedores que Ele, por Sua graça, irá nos conduzir neste mundo em trevas, nos livrando do mal e nos fortalecendo para que possamos cumprir nossa missão, assim como foi com o apóstolo Paulo.

Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com você. Amém.

Pr. Wendell Costa

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

O Espinho na Carne do Apóstolo Paulo - Parte 2


No texto anterior (parte 1 desta meditação), pudemos compreender que não foi Deus quem enviou um mensageiro para afligir Paulo, algo que este intitulou "espinho na carne". De fato, era um mensageiro (anjo) de satanás e, portanto, desejava barrar a obra do Senhor na vida do apóstolo.


Nesta segunda parte, vamos examinar como agia o mensageiro de satanás na vida de Paulo, ou seja,
veremos como o "espinho" se manifestava no mundo natural. Muitos dizem que as Escrituras não revelam como o espinho se manifestava, contudo isto não é verdade.

Como o mensageiro de satanás agia


Vencida a primeira etapa, onde entendemos que o espinho na carne de Paulo não foi dado por Deus, mas sim pelo adversário, a fim de barrar a obra que Cristo fazia através daquele grande apóstolo, resta-nos compreender, ainda, como se manifestava o espinho na vida de Paulo. Seria uma doença? Seria algum sentimento de culpa? Seriam problemas financeiros?

Primeiramente, trataremos da teoria predominante de que seria uma doença no corpo de Paulo, a qual Deus se recusara a curar, a fim de "trabalhar" o caráter do apóstolo. Gostaria, no entanto, de enfatizar que não tenho como ensinar de forma aprofundada sobre o tema Cura Divina neste texto. Já ministrei um curso sobre este tema, o qual está disponível, gratuitamente, no canal do Ministério Águios, sendo composto por 12 vídeos de 40 minutos cada. Segue o link para a playlist dos vídeos:

Curso Completo de Cura Divina

Gostaria de tecer apenas algumas considerações sobre o fato de que não é possível que Deus tenha negado cura para Paulo, mas serão apenas pinceladas, pois o assunto é vasto. Enfatizo, mais uma vez, a importância de você assistir o curso sobre Cura, em especial, se você ainda tem qualquer dúvida sobre isso (inclusive, falo sobre o espinho na carne resumidamente no vídeo 11 desse curso).

Primeiramente, a natureza de Deus é de curar e não de adoecer, as doenças são resultado do pecado e do estado caído no qual o homem se encontra. Jesus, quando morreu na cruz, levou sobre Si mesmo tanto o pecado como as suas consequências. Esta obra de salvação foi completa, contudo ela não é automática em sua manifestação.

Por mais que Cristo tenha levado sobre Si nossas iniquidades e doenças (Isaías 53:4), é necessário recebermos esta graça através da fé. A fé vem quando conhecemos a Palavra e é fortalecida quando a praticamos. E isto era algo que o apóstolo Paulo fazia.

Como já falei anteriormente, Paulo não apenas ouviu falar sobre o evangelho, ele o recebeu diretamente de Jesus, por revelação. Paulo praticava o que pregava a ponto de se fazer exemplo para a Igreja:
"Sede meus imitadores, como também eu de Cristo." (1 Coríntios 11:1)
O poder de Deus dispensado através do apóstolo não era pouco, os milagres operados não eram comuns ou ordinários...
"E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias." (Atos 19:11)
Na ilha de Malta, onde o navio que Paulo estava naufragou, simplesmente todos os enfermos foram curados através dele, tão logo souberam da cura que havia sido feita no pai do príncipe do lugar (Atos 28:8-9).

Assim sendo, não há sentido ou fundamento em se falar que Deus "abriu uma exceção" na Sua Palavra a fim de manter Paulo prisioneiro de um demônio que o molestava com uma doença. Deus não pode negar-se a Si mesmo (2 Timóteo 2:13). Na Nova Aliança, Deus nos restaura a posição perdida no Éden, onde temos autoridade e poder sobre todo demônio pelo Nome de Jesus (Lucas 9:1Marcos 16:17-18).

Poderia citar, ainda, muitas outras verdade sobre cura e saúde divinas, mas não o faço aqui por não ser o foco deste estudo, além de quê, deixaria o estudo extremamente longo. Se tiver dúvidas sobre isto, assista aos vídeos do curso sobre Cura Divina que citei!

Já ouvi outras explicações para o espinho na carne, tais como "sentimento de culpa", ou ainda que as Escrituras não mostram como o espinho se manifestava. Tecerei algumas considerações sobre isso, embora creia que não há fundamento algum para tal afirmação.

O mensageiro era um demônio


Primeiramente, lembremo-nos de que o espinho na carne era um mensageiro (anjo) de satanás, ou seja, era simplesmente um demônio enviado pelo príncipe dos demônios a fim de "esbofetear" Paulo. Se imaginarmos que o demônio conseguia, continuamente, trazer sentimentos de culpa ao apóstolo, então estamos dizendo que o coração de Paulo estaria sempre cheio de sentimentos satânicos.

Ora, o próprio Paulo, pelo Espírito Santo, nos orienta a enchermos o nosso coração, sempre, do Espírito Santo (Efésios 5:18-20) e não permitir que nosso coração e mente sejam convencidos de culpa por satanás.

Paulo também afirma que Jesus morreu na Cruz para nos apresentar a Deus "santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis" (Colossenses 1:22, veja também Filipenses 2:15). De sorte que, Paulo tinha plena consciência de que era inculpável perante Deus, pelo sangue de Jesus Cristo, tendo sua consciência pura (Atos 24:16).

A Bíblia é muito clara quando afirma o que é o espinho na carne - um mensageiro/anjo de satanás -, mas será que ela explica COMO esse demônio agia? Veremos...

Satanás pode operar livremente no cristão?


Os demônios agem de diversas formas para atingir aos homens: doenças, acusações na mente ou coração, podem fazer uma pessoa "levitar" (Jesus foi transportado por satanás para o pináculo do templo judeu em Mateus 4:5), plantar sentimentos e ideias malignas na alma humana (homicídio, furtos, mentira e assim por diante), etc. Assim sendo, é compreensível que as pessoas pensem que o espinho na carne, que era um anjo de satanás, atingisse Paulo com doenças, sentimentos malignos ou algo do gênero.

No entanto, quando alguém se converte a Cristo, aceitando-o como Senhor e Salvador, este poder de atuação de satanás sobre o homem se torna limitado e depende da ignorância do cristão no que diz respeito às coisas de Deus. Espiritualmente, a pessoa é transportada do poder de satanás para estar sob o poder de Deus.

Quando Jesus apareceu para Paulo, Ele falou sobre o chamado do apóstolo. Dentre outras coisas, Jesus disse que Paulo seria usado...
"Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; (...)" (Atos 26:18)
Como é que Paulo abriria os olhos das pessoas e os converteria do poder de satanás para o poder de Deus?

Bem, a resposta é: através do evangelho! Quando nossos olhos são abertos, pela revelação da Verdade, poderemos exercer nossa vitória sobre o inimigo, vitória esta adquirida por Jesus através de Sua morte, ressurreição e ascensão aos Céus. Cristo nos liberta do poder (grego "exousia", que significa "autoridade") de satanás, ou seja, o inimigo não tem mais permissão para operar em nós, exceto se nós mesmos o permitirmos, seja por pecado ou por simples ignorância de quem somos em Cristo.

A origem do termo "espinho na carne"


Como bom fariseu, Paulo era versado nas escrituras do Velho Testamento, pois era um doutor da lei, discípulo de Gamaliel (Atos 5:34; Atos 22:3); não por coincidência, escreveu mais da metade dos livros do Novo Testamento. Por isso, seu linguajar é cheio de citações da Escritura velho testamentária. Vejamos dois versos que mostram a que se referem os espinhos:
"Porque, se de algum modo vos desviardes, e vos apegardes ao restante destas nações que ainda ficou entre vós, e com elas vos aparentardes, e vós a elas entrardes, e elas a vós,
Sabei certamente que o Senhor vosso Deus não continuará a expulsar estas nações de diante de vós, mas elas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas, e espinhos aos vossos olhos; até que pereçais desta boa terra que vos deu o Senhor vosso Deus."
(Josué 23:12,13)
"E subiu o anjo do SENHOR de Gilgal a Boquim, e disse: Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe à terra que a vossos pais tinha jurado e disse: Nunca invalidarei a minha aliança convosco.
E, quanto a vós, não fareis acordo com os moradores desta terra, antes derrubareis os seus altares; mas vós não obedecestes à minha voz. Por que fizestes isso?
Assim também eu disse: Não os expulsarei de diante de vós; antes estarão como espinhos nas vossas ilhargas, e os seus deuses vos serão por laço."
(Juízes 2:1-3)
Observando que a palavra "ilharga" quer dizer "qualquer um dos lados do corpo humano, dos quadris aos ombros". Basicamente, o Senhor falou que se o povo de Israel não expulsasse completamente as nações ímpias que estivessem na terra de Canaã, tais pessoas seriam como "espinhos na carne" deles. Ou seja, PESSOAS seriam como espinhos, e não doenças ou qualquer outra coisa.

Quem já teve algum espinho que penetrou em sua carne sabe muito bem qual é a sensação! Um espinho na carne é algo que está o tempo todo incomodando você, provocando dor. Em certos casos, um espinho na sua carne poderá impedir você de executar certas ações. Por exemplo: sou músico e toco violão, já tive espinhos encravados nos dedos da minha mão e sei que o tocar o instrumento pode até ser feito, mas com muita dor.

O espinho na carne de Paulo faria com que ele sentisse dor no cumprimento de seu chamado, pois pessoas seriam instrumentos de satanás para persegui-lo e afligi-lo, assim como foi com o povo de Israel.

Os sofrimentos de Paulo


Antes de falar sobre o "espinho na carne", Paulo já vinha tratando sobre os seus sofrimentos. De fato, precisamos lembrar que a divisão em capítulos e versículos na Bíblia não existe nos textos originais, tendo sido feita séculos depois.

Paulo vinha, desde o capítulo 11, falando sobre suas credenciais como apóstolo, em especial, os sofrimentos que passou pelo evangelho. Se nós analisarmos o que ele vem dizendo, poderemos perceber que ele cita pessoas como instrumentos de satanás:
"Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo.
E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.
Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras."
(2 Coríntios 11:13-15)
Vemos que Paulo chama os falsos apóstolos de "ministros de satanás", inclusive usa a palavra grega ἄγγελος (ángelos), no verso 14, e que ele usará novamente mais à frente, em 1 Cor 12:7, quando diz que o espinho na carne era, também, um anjo. Sendo que, a palavra foi traduzida para "mensageiro".

Mas vamos continuar a ver os sofrimentos pelos quais Paulo passou:
"Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um.
Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;
Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;"
(2 Coríntios 11:24-26)
Se listarmos os sofrimentos de Paulo de forma mais organizada, observaremos que, boa parte deles tinha como "veículo" seres humanos. Na lista abaixo, excluí os sofrimentos que, provavelmente, eram relativos às forças da natureza (naufrágio, perigos de rios, desertos, etc.):
  • 5 quarentena de açoites dos judeus
  • 3 vezes açoitado com varas
  • uma vez apedrejado
  • perigos em viagens
  • perigos de salteadores
  • perigos dos da nação judaica
  • perigos dos gentios
  • perigos na cidade
  • perigos entre os falsos irmãos
Vemos que a grande maioria dos perigos e sofrimentos que Paulo passou era devido à perseguição que ele sofria através de pessoas, as quais serviam de instrumento de satanás para tentar impedir a propagação do evangelho através desse grande apóstolo de Cristo.

Se continuarmos a ler o capítulo seguinte, observamos que Paulo continua no mesmo assunto que já vem tratando no capítulo onze, ou seja, os sofrimentos que ele passava como apóstolo. Quando Paulo fala sobre o espinho na carne está, apenas, explicando a origem espiritual dos sofrimentos que ele passava, a fim de expor as suas credenciais apostólicas.
"Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.
Fui néscio em gloriar-me; vós me constrangestes. Eu devia ter sido louvado por vós, visto que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos, ainda que nada sou."
(2 Coríntios 12:10-11)

Conclusão


Paulo remonta a uma figura do Velho Testamento quando usa o termo "espinho na carne", o qual não se refere a doença ou sentimentos malignos, mas sim a pessoas, usadas por satanás para perseguir o povo de Deus.

Assim como foi na Velha Aliança, onde os inimigos de Israel eram comparados a "espinhos", assim, na Nova Aliança, os inimigos da Igreja e perseguidores de Paulo, também são chamados de espinhos, pois eram instrumentos para "esbofetearem" o fiel servo do Senhor.

No próximo texto, veremos o porquê da resposta dada por Deus e que é interpretada por muitos como um "não" de Deus.

Que a graça do Senhor Jesus Cristo seja com a tua vida. Amém.

Pr. Wendell Costa

domingo, 6 de janeiro de 2019

O Espinho na Carne do Apóstolo Paulo - Parte 1


Quando eu era novo convertido, comecei a buscar ao Senhor na área da cura divina, pois sofria de algumas enfermidades, mas confiava que Deus era poderoso para me curar. No entanto, eu não sabia até que ponto Deus desejava curar as pessoas e o que era necessário para que a cura acontecesse.

Certa vez, compartilhei com o pastor da igreja onde congregava sobre a minha busca para ser curado de um problema nos olhos. Falei para ele que havia orado, mas não recebi a cura, daí o pastor me respondeu com a seguinte frase: "Eu também orei a Deus para ser curado de uma sinusite, mas Ele não curou, então me lembrei do espinho na carne do apóstolo Paulo".

Acho que aquilo foi um balde de água fria sobre a minha fé, pois se o grande apóstolo Paulo não pôde ser curado do seu espinho na carne, coitado de mim, apenas um novo convertido, ainda cheio de fraquezas, dúvidas, falta de conhecimento, etc., como eu poderia receber cura para as minhas enfermidades?

Ao longo de minha caminhada cristã, ouvi e li diversas interpretações para o tal "espinho na carne" que tanto afligiu o grande apóstolo. Alguns diziam ser uma doença, mais especificamente, na visão, isso devido a uma passagem bíblica (Gálatas 4:15) onde ele dá a entender que estava com algum problema nos seus olhos.

Ouvi, também, a interpretação de que seria um sentimento de culpa pelo fato dele haver perseguido a igreja do Senhor, antes de ter o encontro com Jesus, na estrada de Damasco (Atos 9). Já outras pessoas afirmam que a Escritura nada revela sobre o que seria o espinho na carne.

Contudo, a Bíblia nos mostra exatamente o que era o espinho na carne de Paulo, bem como mostra porque Deus não o removeu. Compreendendo as verdades que vou compartilhar neste breve estudo de 3 partes, você poderá remover suas dúvidas e terá sua fé purificara para crer em Deus para sua cura (se for o caso).


A razão do espinho


Nesta primeira parte deste estudo, vamos examinar a motivação que levou Paulo a receber o espinho na carne. Vejamos o que o próprio apóstolo diz:
"E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar." (2 Coríntios 12:7)
O apóstolo Paulo sempre foi muito zeloso nas coisas de Deus, de acordo com a Lei de Moisés, pois ele mesmo afirma que "excedia em judaísmo muitos de sua idade", além de demonstrar muito zelo pelas tradições recebidas pelos patriarcas (Gálatas 1:14).

Após sua conversão, Paulo continua demonstrando seu extremo zelo, tendo desafiado a morte inúmeras vezes, mesmo como "novo convertido". Para exemplificar, vou citar a passagem bíblica onde vemos que, pouco tempo após se converter a Cristo, Paulo começou a pregar Jesus e logo os judeus já planejaram matá-lo, sendo livrado fugindo da cidade através de um cesto (Atos 9:23-25).

Nada disso parou aquele apóstolo! Quantos de nós têm este mesmo "espírito"? Quantos cristãos, novos ou velhos na fé, estão plenamente dispostos a pregar o evangelho em ambiente hostil, em meio a ameaças de morte? Pois bem, Paulo demonstrou tal bravura, não fazendo caso da própria vida a fim de anunciar o evangelho da salvação, tanto para judeus como para gentios.

Paulo não aprendeu o evangelho através de homens, mas diretamente do próprio Senhor Jesus. Ele afirma:
"Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens.
Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo."
(Gálatas 1:11-12)
Seu zelo por Deus o levou a buscar o entendimento "como prata e tesouros escondidos"! Paulo recebeu revelações que outros apóstolos antes dele - mesmo os que andaram com Jesus - não receberam. Sua ousadia o levou a fazer (em Cristo) muito mais que os outros (1 Coríntios 15:9-10). Desta forma, Paulo se tornou uma forte ameaça a satanás e, por isso, recebeu um tratamento diferenciado do príncipe das trevas.

O mensageiro de satanás


Antes de mais nada, é preciso compreender que o espinho na carne não foi dado por Deus, mas sim por satanás, conforme lemos na Escritura:
"...foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás..." (2 Coríntios 12:7)
A palavra "mensageiro" aqui é a palavra grega ἄγγελος (ángelos), que, na Bíblia King James, foi traduzida como "anjo" 178 vezes, e como "mensageiro" apenas 7 vezes. Assim, compreendemos que o tal mensageiro era, de fato, um demônio designado por satanás para ficar, exclusivamente, dedicando-se a atrapalhar o trabalho do apóstolo.

Por mais que a Bíblia mostre que o mensageiro/anjo veio da parte do diabo, ainda há cristãos que creem ter sido Deus quem deu o espinho na carne de Paulo! Ora, isto é inverter completamente o que está escrito, é chamar Deus de satanás. É, praticamente, uma blasfêmia e afronta ao Senhor. Acredito que, quando um cristão afirma ter sido Deus o autor do espinho na carne, ele age por ignorância, contudo, é exatamente por ignorarmos o conhecimento de Deus que o inimigo acaba tendo acesso às nossas vidas trazendo destruição (Oséias 4:6).

A fim de não me exaltar...


Um outro termo que pode provocar confusão no entendimento das pessoas é quando Paulo usa, por duas vezes no verso, a expressão "exaltar(-se)", dando a entender que havia um propósito piedoso no espinho na carne: era para que ele não se exalta-se (onde lemos: "ensoberbecesse"). Vamos analisar essa ideia...

A palavra grega original aqui usada é o verbo ὑπεραίρω (hiperéro), que significa, de acordo com o dicionário de grego bíblico Strong, "elevar(-se) sobre". Contudo, o sentido deste verbo na literatura grega clássica varia muito, encontramos as seguintes possibilidades de traduções:
  • Levantar ou elevar(-se) acima ou sobre (algo)
  • Saltar sobre (algo)
  • Ser excelente (em alguma coisa)
  • Ultrapassar/passar do limite, ir além
  • Transcender, exceder, vencer
  • Transbordar
(Fonte: Dicionário de Grego Clássico Logeion, da Universidade de Chicago. Disponível em: http://logeion.uchicago.edu/ὑπεραίρω)

Desta forma, apenas pelo sentido original da palavra grega usada, não podemos simplesmente interpretá-la como sendo "ensoberbecer", como o fazem tantos cristãos, pois a literatura grega mostra que ela pode ser usada, também, em um sentido positivo. Para exemplificar, o imperador Commodus deu o título de Ὑπεραίρων οντος (hiperéron ontos) - que traduzido quer dizer Mais Excelente - ao mês de dezembro (referência citada).

Se nós lermos, sem preconceito (ideia pré-concebida), o verso completo, veremos que o maior interessado em não exaltar o apóstolo Paulo não era Deus, mas sim o diabo. Vejamos:
"E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar." (2 Coríntios 12:7)
Se nós crermos que Deus estava nesse negócio, e desejava que Paulo não fosse exaltado, tendo, para isso, dado ordens a satanás para enviar um de seus anjos, então, fatalmente, estaremos crendo que Deus e o diabo trabalham juntos!

Mas será que a Bíblia nos dá base para crermos que Deus trabalha em conjunto com o diabo? Vejamos alguns versos...
"(...) Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo." (1 João 3:8)
"Eu e o Pai somos um." (João 10:30)
O grande objetivo da manifestação do Filho de Deus foi, exatamente, desfazer (algumas versões dizem destruir) o que o diabo fez e faz. Não há fundamento em se afirmar que Deus controla os demônios. Dizer isto é unir-se aos fariseus que blasfemaram de Jesus quando disseram: "Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios" (Mateus 12:24). Nos versos seguintes, Jesus explica que Ele não está trabalhando em conjunto com o diabo para expulsar os demônios, mas que o Seu Reino (de Deus) é inimigo do reino de satanás.

Deus exalta homens?


Outra ideia equivocada, mas que é bem comum no meio cristão, é que Deus não exalta homens, pelo contrário, os humilha. Para fundamentar isso, usa-se a conhecida passagem de Isaías 42:8 "a minha glória, pois, a outrem não darei", a fim de embasar tal entendimento.

Ocorre que, assim como um pai deseja exaltar e honrar a seus filhos, também Deus deseja elevar aqueles filhos e filhas que lhe são fiéis e andam nas pisaduras de Cristo. Vejamos o que Deus disse sobre Abraão, logo após ordenar que ele saísse da sua terra, e da sua família, a fim de obedecer ao chamado do Senhor:
"E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção." (Gênesis 12:2)
O verbo hebraico traduzido para "engrandecer" significa, dentre outras coisas, "magnificar, tornar grande/grandioso" (dicionário de hebraico Brown-Driver-Briggs). Ora, não me parece razoável afirmar que Deus desejou exaltar Abraão, um homem que cometeu diversas falhas, e impedir Paulo de ser exaltado. Já vimos como, desde o início de sua conversão, Paulo enfrentou a própria morte a fim de anunciar o evangelho de Cristo, além de ter se tornado principal apóstolo e exemplo para a igreja.

Vejamos mais um exemplo de homem falho, mas que foi exaltado por Deus: Salomão. Sabemos que, ao final de sua vida, Salomão chegou mesmo a se prostrar perante ídolos, trazidos por suas esposas estrangeiras, fazendo com que Deus se irritasse e trouxesse juízo sobre toda a nação. Contudo, por ter iniciado bem o seu reinado, buscando sabedoria de Deus para governar, o Senhor o magnificou:
"E o Senhor magnificou a Salomão grandissimamente, perante os olhos de todo o Israel; e deu-lhe majestade real, qual antes dele não teve nenhum rei em Israel." (1 Crônicas 29:25)
Concluímos, portanto, que Deus não dá a Sua glória a outros, mas que Ele exalta, sim, homens e mulheres que O amam e lhe obedecem, fazendo o que é agradável perante Sua vista. Deus usa tais homens como (bons) exemplos do que Ele pode fazer na vida de alguém que tem fé n'Ele.


Conclusão


Ao contrário do que, infelizmente, muitos cristãos pensam, não foi Deus quem deu o espinho na carne ao seu fiel servo Paulo, mas sim o diabo. Deus ama seus filhos e deseja exaltá-los a fim de usá-los como exemplo para toda a sociedade. Qual pai não quer ver seu filho em posição de destaque? Principalmente, se tal filho for alguém que siga os passos de seu pai?

Na próxima parte desta meditação, veremos como se manifestava o espinho na carne, ou seja, como o anjo de satanás agia para "esbofetear" Paulo. Ao contrário do que alguns pregam, não era doença e a Bíblia mostra exatamente como tal "espinho" agia.

Que a graça do Senhor Jesus seja com a sua vida. Amém.

Pr. Wendell Costa

Não estejam inquietos por coisa alguma

Imagem 1: a ansiedade tem atingido boa parte da população. Viver uma vida sem preocupações e inquietações é praticamente uma utopia nos dias...