No texto anterior (parte 1 desta meditação), pudemos compreender que não foi Deus quem enviou um mensageiro para afligir Paulo, algo que este intitulou "espinho na carne". De fato, era um mensageiro (anjo) de satanás e, portanto, desejava barrar a obra do Senhor na vida do apóstolo.
Nesta segunda parte, vamos examinar como agia o mensageiro de satanás na vida de Paulo, ou seja,
veremos como o "espinho" se manifestava no mundo natural. Muitos dizem que as Escrituras não revelam como o espinho se manifestava, contudo isto não é verdade.
Como o mensageiro de satanás agia
Vencida a primeira etapa, onde entendemos que o espinho na carne de Paulo não foi dado por Deus, mas sim pelo adversário, a fim de barrar a obra que Cristo fazia através daquele grande apóstolo, resta-nos compreender, ainda, como se manifestava o espinho na vida de Paulo. Seria uma doença? Seria algum sentimento de culpa? Seriam problemas financeiros?
Primeiramente, trataremos da teoria predominante de que seria uma doença no corpo de Paulo, a qual Deus se recusara a curar, a fim de "trabalhar" o caráter do apóstolo. Gostaria, no entanto, de enfatizar que não tenho como ensinar de forma aprofundada sobre o tema Cura Divina neste texto. Já ministrei um curso sobre este tema, o qual está disponível, gratuitamente, no canal do Ministério Águios, sendo composto por 12 vídeos de 40 minutos cada. Segue o link para a playlist dos vídeos:
Curso Completo de Cura Divina
Gostaria de tecer apenas algumas considerações sobre o fato de que não é possível que Deus tenha negado cura para Paulo, mas serão apenas pinceladas, pois o assunto é vasto. Enfatizo, mais uma vez, a importância de você assistir o curso sobre Cura, em especial, se você ainda tem qualquer dúvida sobre isso (inclusive, falo sobre o espinho na carne resumidamente no vídeo 11 desse curso).
Primeiramente, a natureza de Deus é de curar e não de adoecer, as doenças são resultado do pecado e do estado caído no qual o homem se encontra. Jesus, quando morreu na cruz, levou sobre Si mesmo tanto o pecado como as suas consequências. Esta obra de salvação foi completa, contudo ela não é automática em sua manifestação.
Por mais que Cristo tenha levado sobre Si nossas iniquidades e doenças (Isaías 53:4), é necessário recebermos esta graça através da fé. A fé vem quando conhecemos a Palavra e é fortalecida quando a praticamos. E isto era algo que o apóstolo Paulo fazia.
Como já falei anteriormente, Paulo não apenas ouviu falar sobre o evangelho, ele o recebeu diretamente de Jesus, por revelação. Paulo praticava o que pregava a ponto de se fazer exemplo para a Igreja:
"Sede meus imitadores, como também eu de Cristo." (1 Coríntios 11:1)O poder de Deus dispensado através do apóstolo não era pouco, os milagres operados não eram comuns ou ordinários...
"E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias." (Atos 19:11)
Na ilha de Malta, onde o navio que Paulo estava naufragou, simplesmente todos os enfermos foram curados através dele, tão logo souberam da cura que havia sido feita no pai do príncipe do lugar (Atos 28:8-9).
Assim sendo, não há sentido ou fundamento em se falar que Deus "abriu uma exceção" na Sua Palavra a fim de manter Paulo prisioneiro de um demônio que o molestava com uma doença. Deus não pode negar-se a Si mesmo (2 Timóteo 2:13). Na Nova Aliança, Deus nos restaura a posição perdida no Éden, onde temos autoridade e poder sobre todo demônio pelo Nome de Jesus (Lucas 9:1; Marcos 16:17-18).
Assim sendo, não há sentido ou fundamento em se falar que Deus "abriu uma exceção" na Sua Palavra a fim de manter Paulo prisioneiro de um demônio que o molestava com uma doença. Deus não pode negar-se a Si mesmo (2 Timóteo 2:13). Na Nova Aliança, Deus nos restaura a posição perdida no Éden, onde temos autoridade e poder sobre todo demônio pelo Nome de Jesus (Lucas 9:1; Marcos 16:17-18).
Poderia citar, ainda, muitas outras verdade sobre cura e saúde divinas, mas não o faço aqui por não ser o foco deste estudo, além de quê, deixaria o estudo extremamente longo. Se tiver dúvidas sobre isto, assista aos vídeos do curso sobre Cura Divina que citei!
Já ouvi outras explicações para o espinho na carne, tais como "sentimento de culpa", ou ainda que as Escrituras não mostram como o espinho se manifestava. Tecerei algumas considerações sobre isso, embora creia que não há fundamento algum para tal afirmação.
Primeiramente, lembremo-nos de que o espinho na carne era um mensageiro (anjo) de satanás, ou seja, era simplesmente um demônio enviado pelo príncipe dos demônios a fim de "esbofetear" Paulo. Se imaginarmos que o demônio conseguia, continuamente, trazer sentimentos de culpa ao apóstolo, então estamos dizendo que o coração de Paulo estaria sempre cheio de sentimentos satânicos.
Ora, o próprio Paulo, pelo Espírito Santo, nos orienta a enchermos o nosso coração, sempre, do Espírito Santo (Efésios 5:18-20) e não permitir que nosso coração e mente sejam convencidos de culpa por satanás.
Paulo também afirma que Jesus morreu na Cruz para nos apresentar a Deus "santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis" (Colossenses 1:22, veja também Filipenses 2:15). De sorte que, Paulo tinha plena consciência de que era inculpável perante Deus, pelo sangue de Jesus Cristo, tendo sua consciência pura (Atos 24:16).
A Bíblia é muito clara quando afirma o que é o espinho na carne - um mensageiro/anjo de satanás -, mas será que ela explica COMO esse demônio agia? Veremos...
Já ouvi outras explicações para o espinho na carne, tais como "sentimento de culpa", ou ainda que as Escrituras não mostram como o espinho se manifestava. Tecerei algumas considerações sobre isso, embora creia que não há fundamento algum para tal afirmação.
O mensageiro era um demônio
Primeiramente, lembremo-nos de que o espinho na carne era um mensageiro (anjo) de satanás, ou seja, era simplesmente um demônio enviado pelo príncipe dos demônios a fim de "esbofetear" Paulo. Se imaginarmos que o demônio conseguia, continuamente, trazer sentimentos de culpa ao apóstolo, então estamos dizendo que o coração de Paulo estaria sempre cheio de sentimentos satânicos.
Ora, o próprio Paulo, pelo Espírito Santo, nos orienta a enchermos o nosso coração, sempre, do Espírito Santo (Efésios 5:18-20) e não permitir que nosso coração e mente sejam convencidos de culpa por satanás.
Paulo também afirma que Jesus morreu na Cruz para nos apresentar a Deus "santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis" (Colossenses 1:22, veja também Filipenses 2:15). De sorte que, Paulo tinha plena consciência de que era inculpável perante Deus, pelo sangue de Jesus Cristo, tendo sua consciência pura (Atos 24:16).
A Bíblia é muito clara quando afirma o que é o espinho na carne - um mensageiro/anjo de satanás -, mas será que ela explica COMO esse demônio agia? Veremos...
Satanás pode operar livremente no cristão?
Os demônios agem de diversas formas para atingir aos homens: doenças, acusações na mente ou coração, podem fazer uma pessoa "levitar" (Jesus foi transportado por satanás para o pináculo do templo judeu em Mateus 4:5), plantar sentimentos e ideias malignas na alma humana (homicídio, furtos, mentira e assim por diante), etc. Assim sendo, é compreensível que as pessoas pensem que o espinho na carne, que era um anjo de satanás, atingisse Paulo com doenças, sentimentos malignos ou algo do gênero.
No entanto, quando alguém se converte a Cristo, aceitando-o como Senhor e Salvador, este poder de atuação de satanás sobre o homem se torna limitado e depende da ignorância do cristão no que diz respeito às coisas de Deus. Espiritualmente, a pessoa é transportada do poder de satanás para estar sob o poder de Deus.
Quando Jesus apareceu para Paulo, Ele falou sobre o chamado do apóstolo. Dentre outras coisas, Jesus disse que Paulo seria usado...
"Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; (...)" (Atos 26:18)Como é que Paulo abriria os olhos das pessoas e os converteria do poder de satanás para o poder de Deus?
Bem, a resposta é: através do evangelho! Quando nossos olhos são abertos, pela revelação da Verdade, poderemos exercer nossa vitória sobre o inimigo, vitória esta adquirida por Jesus através de Sua morte, ressurreição e ascensão aos Céus. Cristo nos liberta do poder (grego "exousia", que significa "autoridade") de satanás, ou seja, o inimigo não tem mais permissão para operar em nós, exceto se nós mesmos o permitirmos, seja por pecado ou por simples ignorância de quem somos em Cristo.
A origem do termo "espinho na carne"
Como bom fariseu, Paulo era versado nas escrituras do Velho Testamento, pois era um doutor da lei, discípulo de Gamaliel (Atos 5:34; Atos 22:3); não por coincidência, escreveu mais da metade dos livros do Novo Testamento. Por isso, seu linguajar é cheio de citações da Escritura velho testamentária. Vejamos dois versos que mostram a que se referem os espinhos:
"Porque, se de algum modo vos desviardes, e vos apegardes ao restante destas nações que ainda ficou entre vós, e com elas vos aparentardes, e vós a elas entrardes, e elas a vós,
Sabei certamente que o Senhor vosso Deus não continuará a expulsar estas nações de diante de vós, mas elas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas, e espinhos aos vossos olhos; até que pereçais desta boa terra que vos deu o Senhor vosso Deus." (Josué 23:12,13)
"E subiu o anjo do SENHOR de Gilgal a Boquim, e disse: Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe à terra que a vossos pais tinha jurado e disse: Nunca invalidarei a minha aliança convosco.Observando que a palavra "ilharga" quer dizer "qualquer um dos lados do corpo humano, dos quadris aos ombros". Basicamente, o Senhor falou que se o povo de Israel não expulsasse completamente as nações ímpias que estivessem na terra de Canaã, tais pessoas seriam como "espinhos na carne" deles. Ou seja, PESSOAS seriam como espinhos, e não doenças ou qualquer outra coisa.
E, quanto a vós, não fareis acordo com os moradores desta terra, antes derrubareis os seus altares; mas vós não obedecestes à minha voz. Por que fizestes isso?
Assim também eu disse: Não os expulsarei de diante de vós; antes estarão como espinhos nas vossas ilhargas, e os seus deuses vos serão por laço." (Juízes 2:1-3)
Quem já teve algum espinho que penetrou em sua carne sabe muito bem qual é a sensação! Um espinho na carne é algo que está o tempo todo incomodando você, provocando dor. Em certos casos, um espinho na sua carne poderá impedir você de executar certas ações. Por exemplo: sou músico e toco violão, já tive espinhos encravados nos dedos da minha mão e sei que o tocar o instrumento pode até ser feito, mas com muita dor.
O espinho na carne de Paulo faria com que ele sentisse dor no cumprimento de seu chamado, pois pessoas seriam instrumentos de satanás para persegui-lo e afligi-lo, assim como foi com o povo de Israel.
Os sofrimentos de Paulo
Antes de falar sobre o "espinho na carne", Paulo já vinha tratando sobre os seus sofrimentos. De fato, precisamos lembrar que a divisão em capítulos e versículos na Bíblia não existe nos textos originais, tendo sido feita séculos depois.
Paulo vinha, desde o capítulo 11, falando sobre suas credenciais como apóstolo, em especial, os sofrimentos que passou pelo evangelho. Se nós analisarmos o que ele vem dizendo, poderemos perceber que ele cita pessoas como instrumentos de satanás:
"Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo.Vemos que Paulo chama os falsos apóstolos de "ministros de satanás", inclusive usa a palavra grega ἄγγελος (ángelos), no verso 14, e que ele usará novamente mais à frente, em 1 Cor 12:7, quando diz que o espinho na carne era, também, um anjo. Sendo que, a palavra foi traduzida para "mensageiro".
E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.
Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras." (2 Coríntios 11:13-15)
Mas vamos continuar a ver os sofrimentos pelos quais Paulo passou:
"Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um.
Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;
Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;" (2 Coríntios 11:24-26)
Se listarmos os sofrimentos de Paulo de forma mais organizada, observaremos que, boa parte deles tinha como "veículo" seres humanos. Na lista abaixo, excluí os sofrimentos que, provavelmente, eram relativos às forças da natureza (naufrágio, perigos de rios, desertos, etc.):
- 5 quarentena de açoites dos judeus
- 3 vezes açoitado com varas
- uma vez apedrejado
- perigos em viagens
- perigos de salteadores
- perigos dos da nação judaica
- perigos dos gentios
- perigos na cidade
- perigos entre os falsos irmãos
Vemos que a grande maioria dos perigos e sofrimentos que Paulo passou era devido à perseguição que ele sofria através de pessoas, as quais serviam de instrumento de satanás para tentar impedir a propagação do evangelho através desse grande apóstolo de Cristo.
Se continuarmos a ler o capítulo seguinte, observamos que Paulo continua no mesmo assunto que já vem tratando no capítulo onze, ou seja, os sofrimentos que ele passava como apóstolo. Quando Paulo fala sobre o espinho na carne está, apenas, explicando a origem espiritual dos sofrimentos que ele passava, a fim de expor as suas credenciais apostólicas.
Se continuarmos a ler o capítulo seguinte, observamos que Paulo continua no mesmo assunto que já vem tratando no capítulo onze, ou seja, os sofrimentos que ele passava como apóstolo. Quando Paulo fala sobre o espinho na carne está, apenas, explicando a origem espiritual dos sofrimentos que ele passava, a fim de expor as suas credenciais apostólicas.
"Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.
Fui néscio em gloriar-me; vós me constrangestes. Eu devia ter sido louvado por vós, visto que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos, ainda que nada sou." (2 Coríntios 12:10-11)
Conclusão
Paulo remonta a uma figura do Velho Testamento quando usa o termo "espinho na carne", o qual não se refere a doença ou sentimentos malignos, mas sim a pessoas, usadas por satanás para perseguir o povo de Deus.
Assim como foi na Velha Aliança, onde os inimigos de Israel eram comparados a "espinhos", assim, na Nova Aliança, os inimigos da Igreja e perseguidores de Paulo, também são chamados de espinhos, pois eram instrumentos para "esbofetearem" o fiel servo do Senhor.
No próximo texto, veremos o porquê da resposta dada por Deus e que é interpretada por muitos como um "não" de Deus.
No próximo texto, veremos o porquê da resposta dada por Deus e que é interpretada por muitos como um "não" de Deus.
Que a graça do Senhor Jesus Cristo seja com a tua vida. Amém.
Pr. Wendell Costa
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