sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Amor - A Verdadeira Natureza de Deus - Parte 11

Os Propósitos da Lei


Como vimos na última parte destes textos, Deus envia a Lei de Moisés para trazer a consciência do homem de volta a entender a diferença entre o bem e o mal, pois o pecado endureceu o coração do homem a tal ponto que atrocidades eram cometidas de forma corriqueira nas nações, ao ponto de até os governantes - que são o exemplo principal dos seus povos - oferecerem seus próprios filhos como sacrifícios aos deuses.

A Lei de Moisés veio, principalmente, para revelar o pecado que habitava dentro do homem, mas não apenas para isso. Neste texto, vamos examinar quais os propósitos para os quais Deus deu a Lei de Moisés. Confira!

Revelar o Pecado e Trazer Condenação



Deus é um Deus bom, no entanto, o homem não é bom. Conforme já vimos, o pecado endurece o nosso coração e nos leva pra longe do Senhor. Nosso entendimento fica obscurecido e passamos a não compreender a verdadeira natureza de Deus, ou seja, deixamos de compreender o amor e a pureza do nosso Criador.

Antes de enviar a solução para o pecado - Jesus Cristo - Deus teve que preparar o caminho enviando uma Lei dura que iria punir o pecado de forma rigorosa. De fato, caso o indivíduo pecasse de forma voluntária e desafiadora, ele deveria morrer:
"Mas todo aquele que pecar com atitude desafiadora, seja natural da terra, seja estrangeiro residente, insulta ao Senhor, e será eliminado do meio do seu povo." (Números 15:30)
Assim, o Senhor Deus queria mostrar a consequência destruidora do pecado: a morte. Após Ele ter inaugurado esta Aliança com aquele povo específico, o povo de Israel, Deus começa a trazer punição para os pecados cometidos, ao contrário do que Ele fazia antes da Lei.

Vejamos dois dos propósitos da Lei que estão descritos no livro de Romanos pelo apóstolo Paulo (sob a inspiração do Espírito Santo):
"Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.
Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado." 
(Romanos 3:19-20)
O primeiro motivo falado é "para que toda boca esteja fechada", ou seja, a Lei exigia um comportamento de alto nível de santidade, comportamento este que era praticamente impossível de se atingir. A Lei, por exemplo, ordenava ao homem que não cobiçasse:
"...Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás." (Romanos 7:7)
Quando o homem tomava conhecimento do mandamento, sua consciência o acusava sempre que ele cobiçasse alguma coisa (bens, mulheres, etc.). De fato, o mandamento despertava ainda mais o desejo pecaminoso:
"Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado." (Romanos 7:8)
Desta forma, o mandamento fazia com que o pecado fosse ressaltado pela própria consciência do homem. Então, não havia outra opção para o homem senão depender da misericórdia e do perdão de Deus!

Gerar Temor no Homem


Tendo em vista que a Lei não transformava o coração do homem, ela conseguiu diminuir os pecados através da punição, principalmente a morte física. Com isso, Deus santificava o povo de Israel através do temor.
"Para que todos os povos da terra conheçam a mão do Senhor, que é forte, para que temais ao Senhor vosso Deus todos os dias." (Josué 4:24)
Através de muitas e complicadas regras, o homem era totalmente não incentivado ao pecado, pois teria que sacrificar seus animais e cumprir difíceis rituais de purificação. Além disso, em caso de pecar de forma temerária (desafiadora), a morte o estaria esperando. O homem, então, deixava de pecar por temor (medo):
"E disse Moisés ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis." (Êxodo 20:20)
Infelizmente, apesar de todas as maldições que vinham sobre o povo devido ao pecado, a maior parte da comunidade de Israel, ao longo dos séculos, não agia em temor ao Senhor, e o resultado foi muitas perdas para eles. Israel caiu diante de seus inimigos diversas vezes.

Preparar um Povo Santo


A solução final para o pecado do homem viria mais a frente, através do Salvador, no entanto, Jesus precisou de um povo (a Igreja) para levar a mensagem de salvação aos quatro cantos do mundo. Assim, era necessário um povo separado para isso. A nação de Israel, após séculos, estava pronta pra receber o Salvador. Muitos homens e mulheres piedosos aguardavam o Messias quando Jesus nasceu. Esta obra de purificação, pelo menos de parte do povo, foi feita pela Lei:
"Porque és povo santo ao Senhor teu Deus; e o Senhor te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu próprio povo." (Deuteronômio 14:2)

Anunciar a Salvação e o Salvador


A própria Lei de Moisés tinha, digamos, um prazo de validade. O próprio Deus, através de Moisés, avisou que ainda levantaria um profeta semelhante a Moisés, ou seja, alguém que viria inaugurar uma aliança com o povo de Deus. Veja o que o próprio Moisés avisou:
"O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;" (Deuteronômio 18:15)
No entanto, durante a Velha Aliança, não houve mais outros profetas a quem Deus falasse "face a face", assim como Moisés:
"E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face;" (Deuteronômio 34:10)
Somente Jesus, o próprio Filho de Deus, cumpriu esta profecia ao vir ao mundo. Este sendo a própria imagem de Deus, não somente falava com Deus face a face, como era o próprio Deus em forma humana. Jesus era a própria face de Deus!

A partir da Lei, os profetas falavam sobre um futuro de transformação interior do homem, e também exterior, falando sobre a restauração do Reino. Embora, os profetas não compreendessem bem como isto ocorreria, falavam sob a inspiração do Senhor:

Clamavam, pelo Espírito, por um novo coração purificado e reto (íntegro), ou seja, pediam um novo nascimento:
"Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto." (Salmos 51:10)
Deus falava da restauração do Reino de Israel, no entanto, o Senhor falava do Reino de Deus e não apenas do reino terreno:
"Porque o Senhor restaurará a excelência de Jacó como a excelência de Israel; porque os saqueadores os despojaram, e destruíram os seus sarmentos." Naum 2:2
A Lei também deu todos os detalhes sobre o Salvador, detalhes que impressionam pela precisão:

  • Seria descendente da tribo de Judá: Gênesis 49:10
  • Nasceria de uma virgem: Isaías 7:14
  • Nasceria em Belém: Miqueias 5:1
  • Haveria matança de crianças: Jeremias 31:15
  • Fugiria e voltaria do Egito: Oseias 11:1
  • Traído pelo seu amigo: Salmo 40:10
  • Vendido por 30 moedas de prata: Zacarias 11:12
  • O Salmo 22 traz diversos detalhes precisos da crucificação
  • Etc.

Conclusão


Apesar da Lei não ter trazido a solução definitiva para o pecado, ela foi uma aliança preparatória antes da vinda da cura. No entanto, veremos, ainda, que apesar da dureza da Lei, o Senhor começou a se revelar como um Deus de amor, atencioso para com os mais fracos e Deus que ama a misericórdia e o juízo.

Que a paz do Senhor seja com o teu espírito. Amém.

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